Conscientes da importância
que a Páscoa tinha para a sua vida, os cristãos, desde os Tempos Apostólicos,
começaram a celebrá-la e bem cedo começaram também a reservar um tempo de
preparação para a celebração do Mistério Pascal.
A Quaresma é um período de
quarenta dias de preparação para a Páscoa, a maior das solenidades, pois revive
e actualiza o acontecimento da história da Salvação: a Ressurreição de Jesus
Cristo.
Na sua dimensão penitencial,
a Quaresma é o tempo de tomada de consciência das fraquezas e dos pecados de
cada um; tempo de busca de Deus e tempo de conversão, o que implica
necessariamente a participação na vivência de Cristo, no caminho do amor e da
acção, através do esforço individual de cada cristão. Este esforço deverá levar
ao aprofundamento da fé baptismal, acompanhado do dinamismo em todas as etapas
desse caminho de fé, a fim de ser renovada a aliança com Deus, celebrando em
comunidade e dando visibilidade dessa opção, sendo comunhão com Ele.
Nesta Quaresma, propõe-se
uma caminhada comparada com o ciclo do grão de trigo, considerando a verdade
expressa em João
12, 24-25, citando Jesus: “Se o grão de trigo, lançado á
terra, morrer, dará muito fruto.” Jesus utiliza uma
linguagem típica do homem do campo: grão e terra. Trata-se de um contexto muito
peculiar tanto para os homens simples, como para os doutores do seu tempo.
Jesus contextualiza, conhece tanto o povo quanto o ambiente no qual esse mesmo
povo está inserido. O interessante é que nos fala do grão, mas não o dissocia
do elemento que o acompanha, a terra. Ele sabe que deve conhecer não só o grão,
mas também a terra. Ficaria sem sentido falar do grão, sem mencionar a terra,
pois o grão, para crescer e frutificar, deve ir para a terra. Terra fértil,
terra que produz, terra que ajuda no crescimento.
Esta analogia está carregada
de esperança e a esperança é de que Jesus, que morre e ressuscita, convida
todos os homens a viverem de modo mais reconciliado e mais sereno entre si.
Isto porque Ele não é uma memória do que aconteceu dois mil anos atrás. Ele, em
nós e connosco, ressuscita verdadeiramente na vida humana, para a encher de
VIDA NOVA. É seguramente uma incumbência evangelizadora para todo o cristão: um
impulso que se nos impõe, assim como em todos os lugares do mundo inteiro. Esta
incumbência ou tarefa não é mais do que sermos como «um grão de trigo em
permanente ciclo de frutificação».
Aliás, a mensagem da Páscoa
é justamente esta: uma mensagem de vida, de alegria e de paz, que podemos
atingir com maior facilidade através da caminhada desta Quaresma, num ano em
que as adversidades não só nos são anunciadas a cada momento, mas as vamos
todos sentindo e sofrendo no dia-a-dia.
Há uma
certeza: Jesus é o caminho, a verdade e a vida! Ele jamais nos deixará em
crise, pois o Seu Amor é abundante e infinito. Sejamos capazes de percorrer o
Caminho. Esta campanha – enquadrada no tema do ano – a Caridade – quer ajudar
os catequistas, crianças, adolescentes, pais e toda a comunidade, a realizarem
esta caminhada de uma maior adesão a Cristo, para que n’Ele, possam ser Seus
instrumentos na Caridade.
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