domingo, 4 de dezembro de 2011

SEGUNDA SEMANA – LUZ DO AMOR

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos 

Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, Filho de Deus. Está escrito no profeta Isaías: «Vou enviar à tua frente o meu mensageiro, que preparará o teu caminho. Uma voz clama no deserto: ‘Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas’». Apareceu João Baptista no deserto a proclamar um baptismo de penitência para remissão dos pecados. Acorria a ele toda a gente da região da Judeia e todos os habitantes de Jerusalém e eram baptizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados. João vestia-se de pêlos de camelo, com um cinto de cabedal em volta dos rins, e alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre. E, na sua pregação, dizia: «Vai chegar depois de mim quem é mais forte do que eu, diante do qual eu não sou digno de me inclinar para desatar as correias das suas sandálias. Eu baptizo-vos na água, mas Ele baptizar-vos-á no Espírito Santo».
1. Tão bela como oportuna, esta mensagem de Advento: “Consolai, consolai o meu Povo. Falai ao coração de Jerusalém” (Is. 40, 1-2)! É um imperativo, que soa e ressoa, como verdadeira «boa nova» (Mc. 1, 1), no vasto deserto da solidão que hoje se vive, seja no isolamento de quatro paredes sem calor humano, seja na confusão anónima das ruas e centros da cidade, em que nos tocamos e cruzamos sem nos vermos, sem chegarmos a sentir nada uns pelos outros! Mas há outras tantas formas de solidão, dos que lutam sozinhos, dos que combatem sem apoios, dos que falam sem ser ouvidos, dos que caminham pelo mundo sem estrelas nem companhia! 2. A ferida da solidão conduz hoje muitas pessoas a uma ansiedade incontrolada e a um desejo imenso de encontrar algo com que se entreter ou alguém com quem falar. Nós próprios recorremos muitas vezes, a homens e mulheres bons, para lhes expor os nossos problemas, na secreta esperança de que eles partilhem o nosso fardo, e nos libertem da nossa solidão. Criamos, por vezes, expectativas devastadoras, pois ninguém é capaz de nos responder cabalmente às nossas perguntas; nada e ninguém pode satisfazer completamente os nossos desejos e preencher inteiramente o coração! Muitos casamentos chegaram ao fim, sem que nenhum dos esposos fosse capaz de satisfazer a expectativa, muitas vezes escondida e inconfessada, de que o outro afastasse definitivamente a sua solidão. Depois, para enganarmos a solidão, inventamos vários
anestésicos como a pornografia, o álcool e a diversão tonta ou irresponsável. Mas – bem o sabemos - o alívio é temporário e, por fim, voltamos a estar sós, de novo por nossa conta e risco! Só Deus, em última instância, nos pode consolar! 3. Então o que podemos fazer, com a nossa solidão, que tantas vezes assalta a nossa consciência, como uma sensação desesperada de isolamento? Não resolveríamos o problema, com uma nova compra, uma nova diversão, uma nova aventura, na amizade, no amor, no casamento? São questões difíceis, que brotam dos corações feridos. Escutando o coração, podemos começar a sentir que, ali, no meio da nossa tristeza, há alegria; que no meio dos nossos medos, corre um rio de paz. Se nos escutarmos aí, veremos então que Deus nos fala ao coração. De facto, «quem crê nunca está só»! (Bento XVI). 4. Esta estrada exigente é o nosso caminho da conversão. Em vez de fugirmos da nossa solidão e de tentarmos esquecê-la ou negá-la, havemos de protegê-la, de modo que dê frutos. Havemos de aprender a chorar, a estar de vigília, a esperar a madrugada. É algo muito duro! Precisamos de muita coragem, para entrar nesse deserto da nossa solidão, e transformá-lo num jardim de recolhimento. Acreditar que a nossa solidão esconde uma beleza desconhecida é um desafio à própria fé: o Amor. Mas só assim podemos iniciar uma vida espiritual séria. Isto é o que se chama preparar, “no deserto” (Is.40, 3), o caminho do Senhor! Trata-se de passar dos sentidos inquietos para o espírito sereno de quem ama e de quem é amado por Ele; ultrapassar os desejos de exteriorização, por uma verdadeira busca interior: «onde tu estás?». Depois sim, depois de saborearmos esse recolhimento, tornar-se-á possível uma vida nova. Ela nos libertará de falsos laços, para nos ligar a Deus e aos outros, de uma forma nova e surpreendente! Esta é a verdade que nos libertará…! 5. É nesse recolhimento profundo, que se pode descobrir a brandura e a ternura, com que se pode amar verdadeiramente os outros. Deixemos, por isso, que nos fale ao coração: Consolai. Consolai o meu Povo. Procurai mais consolar, que serdes consolados. Estai com aqueles que estão sós, no seu sofrimento, e tomai-o como vosso. Abri as portas do coração e da vida aos mais sós. Partilhai com o próximo a sua dor de solidão. Nesse sofrimento compartilhado, fazei entrar, com toda a suavidade, a luz terna do Amor. Consolai, consolai o meu Povo! Fazei da solidão, própria ou do outro, um espaço aberto à comunhão. Consolai. Acendei, assim, no coração dos outros, uma luz de presença, que brilhe já como estrela da nossa esperança!


MENSAGEIRO: Aquele que é enviado para levar e anunciar uma notícia
João Batista diz: «Endireitai as veredas…» o que significa suprimir todos os obstáculos que nos impedem de avançar e nos fazem tropeçar. Converter-se é mudar de vida com o desejo de ser melhor.

COMPROMISSO PARA A SEMANA


1. Pedir perdão a Deus, na Eucaristia dominical, pelas más palavras e acções, que são os obstáculos que nos impedem de estar bem com Ele.
2. Rezar, todas as noites antes de dormir, o Acto de Contrição após o exame de consciência.
3. Trazer a estrela para a Eucaristia do Domingo. Nela deve estar escrito o nome de um amigo ou familiar, a quem amas muito.
4. Partilhar algum do nosso ARROZ para que as crianças da CASA DO GAIATO sintam que também são amadas.

Oração


Jesus:
Tu és o Filho muito amado de Deus. Tenho a sorte de Te ter como amigo.
Posso confiar-Te o que me faz feliz e dizer-Te o que me entristece. Sei que me atendes porque me amas.
Vou escutar os conselhos de João Batista, procurando tempo para brincar com os meus amigos ou com o meu irmão ou minha irmã.
Animarei os meus amigos tristes… porque desejo ter o coração preparado para celebrar o Natal com amor.
Vem Jesus, eu Te espero! Ámen.

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